Você não vai acreditar na história que vou passar adiante: é real e tinha que acontecer na cidade de Mossoró, estado do Rio Grande do Norte, cidade do Sal e do Petróleo, terra de Santa Luzia, único lugar do Nordeste que Lampião com seu bando, jamais imaginavam que sairia de lá correndo e ainda, deixando para traz, um de seus cabras da peste, o temido “Jararaca”, que está sepultado no cemitério da cidade.
Sucedeu-se em 1927. Naquele tempo, contrariar Lampião significava morte, pilhagem e humilhações de toda ordem. Lampião ameaçou invadir a cidade e acabar com tudo; só não contava com a resistência dos mossoroenses comandados pelo senhor Rodolfo Fernandes. Foi assim: A ameaça veio de cinco grupos de cangaceiros reunidos em magote para tal intento. Tinha o grupo de Jararaca, a essa altura junto com o de Lampião; o grupo de Sabino Costa mais o de Massilon Leite; contando ainda com a ajuda de 22 cabras que sairiam do Ceará para se encontrar na fronteira e engrossar a marcha. O contingente andou 1.500 quilômetros. Chegando a Mossoró, os comandados de Lampião enfrentaram uma luta encarniçada. Estavam lá pouquíssimos policias, mas foi bala para todo lado.
A população tomou a batalha nas mãos num feito heroico. Centenas de cidadãos de todas as classes sociais de Mossoró fizeram valer a altivez dos mossoroenses. Resistiram e impuseram a maior derrota de toda biografia do “general do banditismo social nordestino”. E mais uma página da participação popular entrou na história, escrita à bala por homens que lutaram em nome da dignidade, da liberdade e da honra de seu povo.
Igreja de São Vicente, local onde acontece a peça “Chuva de bala no país de Mossoró” – no mês de Junho por ocasião dos festejos Juninos.
Mossoró, minha gente, hoje é destaque não só no mundo do desenvolvimento econômico e social, mas, na criação da arte e na cultura, está sendo seu principal destaque, a exemplo da peça teatral – Chuva de Bala no país de Mossoró – encenada ao ar livre, com atores da própria comunidade, que conta a real história, em um palco montado à esplanada da igreja de São Vicente, na mesma praça onde foi travada a batalha dos Mossoroenses com Lampião e seus cangaceiros.
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